sexta-feira, 26 de novembro de 2010

TOXICOLOGIA: Minha maior paixão

A toxicologia é uma ciência ampla, multidisciplinar, cujo objetivo é determinar os efeitos dos agentes químicos, naturais ou artificiais, sobre os seres vivos. Além disso estuda as reações e as consequências adversas da interação do intoxicante com o sistema biológico. É dividida em:

TOXICOLOGIA DO MEIO AMBIENTE E HIGIENE INDUSTRIAL: Considera os efeitos nocivos da exposição, muitas vezes cônica, a agentes presentes no meio ambiente, apartir de fontes naturais ou industriais. A elaboração e a implementação em empresas, visando à preservação da saúde dos trabalhadores, estão normalizados na NR-9 (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) - PPRA) Publicado no Diário Oficial da União em 30/12/1994 e republicada em 15/02/1995.
TOXICOLOGIA OCUPACIONAL: Visa promover e preservar a saúde dos trabalhadores, monitorando a exposição aos agentes químicos. Envolve o indivíduo, a família, os colegas e os empregadores, dentre outros. Atende as exigências de Normas Trabalhistas (Diário Oficial da União de 30/12/1194) e deve seguir a NR-7 (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO).

TOXICOLOGIA CLÍNICA: Trata da monitoração da exposição a pesticidas, fármacos, agentes não terapêuticos e outras substâncias químicas de origem conhecida ou desconhecida.



TOXICOLOGIA FORENSE: Direciona o estudo para os aspectos legais dos efeitos de substâncias tóxicas para o indivíduo ou como causa de morte.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Dependência de narcóticos = dependência física e psicológica


A dependência de narcóticos é uma dependência física e psicológica intensa (uma compulsão para continuar a tomar narcóticos). Devido ao desenvolvimento de tolerância, a dose deve ser continuamente aumentada para obter o mesmo efeito e é necessário usar continuamente o mesmo narcótico ou um semelhante para evitar a síndroma da abstinência.
Os narcóticos que tem um uso médico legítimo como analgésicos potentes chamam-se opiáceos e incluem a codeína (que tem um baixo potencial para criar dependência), a oxicodona (isolada ou em várias combinações, como a oxicodona mais paracetamol), a meperidina, a morfina e a hidromorfina. A heroína, que é ilegal em muitos países, é um dos narcóticos mais potentes.
A tolerância e a abstinência ligeiras podem desenvolver-se em 2 ou 3 dias de uso continuado. Quando se suspende o uso da droga, por vezes aparece a síndrome de abstinência. A maioria dos narcóticos em doses equivalentes pode produzir graus de tolerância e de dependência física equivalentes. Os dependentes podem substituir um narcótico por outro. As pessoas que desenvolveram tolerância podem mostrar poucos sinais de uso de drogas e funcionar normalmente nas suas actividades diárias enquanto continuam a ter acesso às drogas. As pessoas a quem se administram narcóticos para tratar a dor intensa correm pouco risco de se tornarem dependentes se usarem a medicação como é prescrita.

Sintomas

Os narcóticos usados para aliviar a dor podem ter outros efeitos, como obstipação, pele avermelhada ou quente e pressão arterial baixa, prurido, pupilas contraídas, sonolência, respiração lenta e profunda, frequência cardíaca lenta e temperatura corporal baixa. Os narcóticos podem causar também euforia, às vezes simplesmente porque uma dor intensa finalmente desapareceu.
Geralmente os sintomas da abstinência são os opostos aos efeitos da droga: hiperatividade, um sentido de alerta exacerbado, respiração rápida, agitação, aumento do ritmo cardíaco e febre. O primeiro sinal de abstinência é, em regra, a respiração rápida, geralmente acompanhada por bocejos, transpiração, lacrimação e corrimento nasal. Outros sintomas incluem pupilas dilatadas, horripilação («pele de galinha»), tremores, espasmos musculares, sensações fugazes de calor e de frio, dores musculares, perda de apetite, contracturas intestinais e diarreia. Os sintomas podem aparecer só de 4 a 6 horas depois de deixar de usar o narcótico e chegam ao máximo em 36 a 72 horas. Os sintomas de abstinência são mais graves nas pessoas que utilizaram grandes doses durante longos períodos. Como os narcóticos são eliminados do corpo em diferentes velocidades, os sintomas de abstinência diferem para cada droga.

Complicações

Muitas complicações, para além da abstinência, derivam do abuso de narcóticos, especialmente se as drogas são injectadas com agulhas partilhadas sem esterilização. Por exemplo, a hepatite viral, que pode transmitir-se através de agulhas partilhadas, causa lesão hepática. As infecções ósseas (osteomielite), particularmente nas vértebras, pode também verificar-se com o uso de agulhas não esterilizadas. O cotovelo do dependente de drogas (miosite ossificante) é causado pelas injecções repetidas e com agulhas defeituosas; a musculatura à volta do cotovelo é substituída pelo tecido cicatricial. Muitos dependentes começam com injecções subcutâneas, que podem causar úlceras cutâneas. À medida que aumenta a dependência, o drogado pode injectar a droga na veia, voltando à injecção subcutânea quando as suas veias estão tão cheias de tecido cicatricial que já não se pode injectar através delas.
Os dependentes de narcóticos desenvolvem problemas pulmonares, como irritações pulmonares por aspiração (inalação da saliva ou do vómito), pneumonia, abcessos, êmbolos pulmonares e cicatrizes, resultado do talco contido nas injecções com impurezas.
Podem desenvolver-se problemas em relação com o sistema imunitário. Os dependentes que se injectam com drogas por via endovenosa perdem a capacidade de lutar contra as infecções. Devido ao facto de o vírus da imunodeficiência humana (VIH) poder propagar-se através de agulhas partilhadas, grande número de pessoas que se injectam com narcóticos desenvolvem também a SIDA.
A dependência de narcóticos pode provocar problemas neurológicos, geralmente como resultado de um desadequado fluxo de sangue no cérebro. Pode ocorrer coma. A quinina, um contaminante habitual da heroína, pode causar visão dupla, paralisia e outros sintomas de lesão nervosa, como a síndroma de Guillain-Barré. Os microrganismos infectantes provenientes de agulhas não esterilizadas podem, por vezes, infectar o cérebro, provocando meningite e abcessos cerebrais.
Outras complicações incluem abcessos cutâneos, infecções da pele e de gânglios linfáticos e coágulos sanguíneos.
A sobredosagem de drogas (overdose) representa uma grave ameaça para a vida, particularmente porque os narcóticos podem suprimir a respiração e encher de líquido os pulmões. Uma concentração inesperadamente alta de heroína injectada ou mesmo inalada pode conduzir à sobredosagem e à morte.
O consumo de narcóticos durante a gravidez é especialmente grave. A heroína e a metadona atravessam facilmente a barreira placentária até ao feto. Uma criança nascida de uma mãe dependente pode desenvolver rapidamente a síndroma de abstinência, incluindo tremores, guinchos agudos, estado de nervosismo, convulsões e respiração rápida. Uma mãe infectada pelo VIH ou pelo vírus da hepatite B pode transmitir o vírus ao feto.

Tratamento

A sobredosagem de narcóticos (overdose) é uma urgência médica que deve ser tratada rapidamente para evitar a morte. A sobredosagem pode suprimir a respiração e pode acumular-se líquido nos pulmões (edema pulmonar) de tal modo que se requeira tratamento com ventilação mecânica. Os médicos dos serviços de urgência injectam um medicamento chamado naloxona por via endovenosa para bloquear a acção do narcótico.
Há poucos médicos que tenham formação ou experiência no tratamento de uma dependência de narcóticos e as leis regulam a actuação do médico. De qualquer forma, os dependentes de narcóticos devem expor os seus problemas ao médico de cuidados primários, o qual poderá recomendar-lhes um centro para o tratamento da dependência. Tais centros podem tratar a síndroma de abstinência e fazer acompanhamento psicológico e social.
Embora a síndroma de abstinência acabe por ceder, a abstinência aguda pode ser grave e durar vários dias. Os seus sintomas, muito desagradáveis, criam uma forte compulsão a tomar de novo drogas; no entanto, geralmente não representam um risco vital e podem ser aliviados com medicação.
A substituição do narcótico pela metadona é o método de tratamento preferido para a abstinência. A metadona que, de fato, é também um narcótico, administra-se por via oral e altera menos a função cerebral do que outros tipos de narcóticos. Como os efeitos da metadona são muito mais duradouros do que os de outros narcóticos, pode tomar-se com menos frequência, habitualmente uma vez por dia. A manutenção dos dependentes com doses suficientemente grandes de metadona durante meses ou anos permite-lhes ser socialmente produtivos porque os seus problemas de fornecimento estão solucionados. Para alguns, o tratamento é útil. Outros podem não se reabilitar socialmente.
Os dependentes devem dirigir-se diariamente à clínica, onde lhes é dispensada a metadona nas doses o mais pequenas possível para prevenir o desenvolvimento da síndroma de abstinência intensa. Geralmente, 20 mg de metadona por dia impedem o desenvolvimento de abstinência grave; no entanto, alguns dependentes necessitam de doses maiores. Uma vez que se estabeleceu a dose de metadona que diminui a intensidade da reacção de abstinência, procede-se à redução de 20 % desta dose aproximadamente todos os dias. Isto deixa a pessoa livre de sintomas agudos de abstinência, mas não previne uma recaída para consumir de novo heroína.
A interrupção da manutenção com metadona pode produzir, por vezes, uma reacção desagradável, como dor muscular profunda (dores ósseas). As pessoas com abstinência de metadona geralmente têm mau feitio e problemas em conciliar o sono. Pode servir de ajuda tomar soníferos durante várias noites. Muitas das reacções da abstinência desaparecem ao fim de 7 a 10 dias, mas a debilidade, a insónia e a ansiedade intensa podem durar vários meses.
Em alguns países, determinados centros de tratamento podem dispensar 1-alfa-acetilmetadol (LAAM), uma forma de metadona de actividade prolongada. Isso elimina a necessidade de ir diariamente à clínica ou de tomar medicamentos em casa. No entanto, o LAAM está ainda na fase experimental.
A síndroma de abstinência de narcóticos pode também ser aliviada com um medicamento chamado clonidina. No entanto, a clonidina pode provocar alguns efeitos secundários, como baixa de pressão arterial, sonolência, inquietação, insónia, irritabilidade, aumento do ritmo cardíaco e dores de cabeça.
A naltrexona é um medicamento que bloqueia os efeitos inclusive de doses endovenosas muito importantes de heroína. Dependendo da dose, os efeitos da naltrexona duram entre 24 e 72 horas. Por causa disso, um dependente que tem uma inserção social estável pode tomar este medicamento diariamente (ou três vezes por semana) para evitar a tentação de consumir heroína. Um grupo de apoio formado pelo médico, pela família e pelos amigos é importante para o êxito do tratamento.
O conceito de comunidade terapêutica surgiu há quase 25 anos em resposta aos problemas da dependência da heroína. Os pioneiros deste apoio não farmacológico foram Daytop Village e Phoenix House. O tratamento implica conviver numa comunidade um tempo relativamente longo (geralmente 15 meses) para ajudar os dependentes a construir uma nova vida através do treino, da educação e de uma reorientação do seu comportamento. Estes programas ajudaram muitas pessoas, mas permanece sem resposta qual foi precisamente o seu resultado e com que amplitude deverão ser aplicados.

A epidemia de SIDA levou algumas pessoas a sugerir que se entreguem seringas e agulhas esterilizadas aos dependentes que se injectam. Demonstrou-se que isso reduz a transmissão do VIH.

fonte: http://www.manualmerck.net/?id=118&cn=996

sábado, 20 de novembro de 2010

Nosso BLOG preferido está no ORKUT!!

Cada vez mais acessos, cada vez mais seguidores. É isso ai! O objetivo é divulgar a profissão mesmo e buscar mais valorização. Pensando nisso o Tudo Sobre Perícia Criminal tá no orkut. Criei uma comunidade onde posto respostas às dúvidas das pessoas; Lá você pode interagir com outros usuários e se informar sobre concursos e etc.
Para participar da comunidade basta copiar o link e colar no navegador.

http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=107461352

Espero que gostem e se divirtam nos fóruns e enquetes!!
by: Raquel Moreira

sábado, 23 de outubro de 2010

Anfetaminas


Como sugere o termo, são substâncias que aceleram a atividade do Sistema Nervoso Central, que passa então a funcionar mais rapidamente. A pessoa então anda mais, corre mais, dorme menos, fala mais, come menos, etc.
As substâncias estimulantes são muitas, algumas são de origem vegetal: por exemplo, a cafeína do café ou chá. Todos sabem que o café tira o sono, deixa a pessoa mais ativa, mais acordada. A cafeína é um estimulante suave do cérebro. Outro exemplo e a cocaína, que é

obtida de uma planta, a coca. Só que a cocaína é um estimulante muitíssimo mais poderoso que a cafeína. Temos ainda o estimulantes sintéticos, isto é fabricados em laboratório, como a anfetamina ("bolinha"), a metanfetamina ("ice" ou "pervitin"), e várias substâncias que são usadas para tirar a fome (os chamados anoréticos ou inibidores do apetite.
Os estimulantes são usados para fazer o cérebro trabalhar mais depressa, deixando as pessoas mais acesas, ligadas, com menos sono, elétricas. Chamadas de rebites e/ou bolinhas, são consumidas para estudar, dirigir, passar noite em claro ou para ficar "doidão" ou "ligadão"; os atletas podem usar para melhorar seu desempenho. O principal uso médico é para tirar o apetite ajudando a emagrecer; mas a pessoa que toma (principalmente mulheres) fica também muito nervosa, "elétrica", irritadiça, sem sono.
As pessoas que mais usam esse tipo de droga são estudantes, caminhoneiros, pilotos, atletas, etc. O uso para emagrecer é geralmente por receita médica.
Causam leve euforia (alegria), aumentam a vigilância possibilitando a atenção continuada e tiram o sono; aumentam a atividade motora, o desempenho atlético e diminuem a sensação de fadiga, agem na pupila dos nossos olhos produzindo uma dilatação (midríase), aumentam o número de batimentos cardíacos (taquicardia) e aumentam a pressão arterial. Quando a dose tomada é muito grande ou a pessoa é muito sensível, a temperatura do corpo pode subir muito (até 40-41ºC) e que faz com que a pessoa possa ter convulsões.
Com o uso crônico a pessoa fica mais agressiva , irritadiça, começa a suspeitar de que outros estão tramando contra ela: é o chamado delírio persecutório. Dependendo do excesso da dose e da sensibilidade da pessoa pode aparecer um verdadeiro estado de paranóia e até alucinações. Acompanham tremores, respiração rápida, confusão do pensamento e repetição compulsiva de atividades, emagrecimento. Em doses muito elevadas pode produzir um estado que se assemelha muito a uma doença mental, a esquizofrenia.
As anfetaminas podem ser usadas como medicamentos, principalmente como medicamentos anorexígenos (tiram a fome; moderadores do apetite), em alguns casos de narcolepsia (sono exagerado) e raras vezes em crianças com hipercinesia ("disfunção cerebral mínima"), ou com desordem de déficit de atenção.
Se uma pessoa for pêga usando a droga, se for por indicação médica nada acontecerá; caso contrário, o uso é considerado crime de acordo com a Lei n.6368/76, artigo 12, sobre uso indevido de substâncias e a pessoa pode sofrer as penas impostas pela Lei.


(Baseado no site A droga.org)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

MORFINA

A morfina é um alcalóide isolado à partir da resina da papoula( Papaver somniferum ). Pode ser ministrada na forma injetável ou via oral. O nome morfina faz analogia a Morfeu, o deus dos sono e dos sonhos, visto que a morfina provoca grande sonolência.

Atua no sistema nervoso, podendo se apresentar na forma injetável ou em comprimidos, sendo utilizada como analgésico para o tratamento de dores crônicas, principalmente de pacientes terminais. Amplamente popularizada na década de 50, até hoje é requisitada nestes casos supracitados.

Até hoje médicos afirmam que não há outro fármaco capaz de romper dores intensas. Mais sua utilização gera uma enorme burocracia pelo fato de a droga causar dependência física e psicológica, sendo assim rígidamente fiscalizados os estabelecimentos que a vendem. Considerando seu baixo preço, alguns estabelecimentos optam por não comercializá-la. A classe média forma o grupo mais representativo no uso do entorpecente morfina.
O efeito das reações varia entre quatro e seis horas, alivia ansiedade e provoca sensação de bem estar; entretanto, é capaz de causar problemas relacionados a concentração, náuseas, constipação intestinal, problemas cardiovasculares e respiratórios, e até mesmo morte, caso seja administrada de forma incorreta.Em caso de pessoas já dependentes, as crises de abstinência provocam tremores, náuseas, irritabilidade, insônia, hipersensibilidade a dor, taquicardia, diarréia, entre outros. Neste caso, o paciente necessitará de internação, onde a desintoxicação será feita progressivamente.


(Baseado no site Brasil Escola.

CASO URBINO DE FREITAS - Importância da toxicologia

Um dos mais célebres casos de envenenamento, que abalou toda a opinião pública portuguesa no final do século XIX, veio demonstrar as fragilidades do sistema médico-legal da época e atestar a importância das análises toxicológicas. Este caso envolveu directamente antigos alunos do professor da Universidade de Coimbra Costa Simões, um dos pioneiros entre nós da química forense.
Vicente Urbino de Freitas (1849-1913) foi um médico portuense, formado na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra em 1875 e professor na Escola Médico-cirúrgica do Porto . Em 1877 casou com Maria das Dores, filha de um rico comerciante de linhos. A este casamento sucederam-se um conjunto de mortes de familiares directos de Maria das Dores em circunstâncias suspeitas, nomeadamente as dos seus irmãos Guilherme e José, este último após ter sido consultado por Urbino de Freitas e com os sintomas típicos de ingestão de veneno. Alguns meses depois, os três sobrinhos de Maria das Dores, filhos dos seus irmãos falecidos que passaram a viver com os avós, receberam uma encomenda suspeita de bolos e amêndoas que revelavam um sabor esquisito provocando-lhes mal-estar. Estas foram atendidas pelo tio Urbino que lhes receitou eméticos e clisteres com a recomendação que fizessem uma retenção tão longa quanto possível . Apenas Mário, o rapaz e o mais velho, seguiu a prescrição do tio, mas viria a falecer com sintomas semelhantes aos do seu tio José. As suspeitas de envenenamento recaíram em Urbino de Freitas, acusado de querer ficar o único herdeiro da fortuna do sogro.
As circunstâncias do crime e a frieza e crueldade dos atos de Urbino causaram bastante celeuma e indignação. O caso foi muito mediático, tendo sido acompanhado diariamente pela população e tendo originado inúmeras discussões. No cerne da questão estavam as análises toxicológicas dos cadáveres e dos alimentos suspeitos.
Foi reunido um conjunto de peritos que integrou o químico portuense (1853-1923), Antônio Joaquim Ferreira da Silva, lente na Escola Politécnica do Porto. Este professor dirigia o Laboratório da Academia Politécnica e também o Laboratório Chimico Municipal do Porto . Apesar de se ter formado na Faculdade de Filosofia da Universidade de Coimbra em 1876 e de ter sido convidado a aí permanecer como professor, recusou o convite, preferindo concorrer à Academia Politécnica do Porto, onde ingressou em 1877. Publicou numerosos artigos de Química Analítica e dedicou-se à área da toxicologia, para a qual contribuiu com a descoberta de reacções características da cocaína e da eserina e o aperfeiçoamento de um reagente utilizado na detecção da morfina e da codeína que ficou conhecido como reagente de Lafon e Ferreira da Silva. Foi neste âmbito que interveio como perito em muitos casos de Medicina Legal, nomeadamente no processo de Urbino de Freitas. Foi sócio honorário do Instituto de Coimbra, tendo publicado vários artigos na revista O Instituto, um dos quais relativo à toxicologia. Neste descreveu um outro caso em que participou, conhecido como Caso Gonçalves. Tratou-se da morte de uma criança, em 1878, devido a engano do farmacêutico, pois em vez de um remédio à base de santonina para o tratamento de parasitas intestinais, terá aviado estricnina. Nesta memória, e para além da descrição do caso, Ferreira da Silva descreveu a evolução da toxicologia em Portugal no que concerne à determinação da presença de alcalóides vegetais, citando as investigações de Francisco Alves e Serra de Mirabeau e realçando o trabalho seminal de Costa Simões.
Relativamente ao caso de Urbino de Freitas, a comissão médico-legal, constituída por quatro peritos , realizou as autópsias de José e do seu sobrinho Mário, tendo as vísceras sido submetidas a testes toxicológicos no Laboratório Municipal do Porto. Segundo o relatório redigido pela comissão e apresentado a 7 de Outubro de 1890, não foram detectados alcalóides nas vísceras de José, situação atribuída ao adiantado estado de putrefacção mas, nas vísceras do pequeno Mário, foi detectada a presença de morfina, de narceína.

O relatório afirmava que as reacções químicas a que as submeteram, dão-lhes indício da existência, nas mesmas vísceras, duma base orgânica que, pelos caracteres químicos, se aproxima da delfina . Os testes foram repetidos nas vísceras retiradas numa segunda autópsia de Mário, com resultados idênticos. Contudo, os testes efectuados às amêndoas não revelaram a existência de qualquer substância tóxica.
A polêmica recrudesceu quando a defesa de Urbino de Freitas recrutou um médico e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Augusto António Rocha (1849-1901), fundador e redactor da revista Coimbra Médica que tinha sido colega de Urbino. Augusto Rocha aceitou cooperar com duas condições: serem consultados toxicologistas estrangeiros e contar com a colaboração de Joaquim dos Santos e Silva (1841-1906), então à frente dos trabalhos práticos do Laboratório Chimico da Universidade de Coimbra. Santos e Silva, um farmacêutico muito conceituado, foi aluno de Bernhard Tollens (1841-1918), no curto período em que este notável químico alemão ensinou em Coimbra, e estudou química prática com Friedrich Wöhler (1800-1882) e Friedrich August Kekulé (1829-1896) nas universidades de Goettingen e Bonn, respectivamente. Como sócio do Instituto de Coimbra, colaborou na respectiva revista com muitos artigos sobre a química analítica, nomeadamente no âmbito da hidrologia e da toxicologia. Entre 1878 e 1899 teve a seu cargo as análises químico-legais requeridas pelo Tribunal da Comarca de Coimbra.
Numa série de artigos publicados na Coimbra Médica estes dois professores da Universidade de Coimbra criticaram o relatório médico-legal e os seus proponentes, desencadeando uma guerra que viria a ser ganha pelos portuenses, pelo menos sob o ponto de vista legal, em virtude do acórdão de 1 de Dezembro de 1893 do Tribunal Criminal do Porto, que condenou Urbino Freitas a oito anos de prisão e ao degredo pelo homicídio do seu sobrinho Mário. O réu, demitido das suas funções e proibido de exercer medicina, acabou por ser deportado para o Brasil após ter cumprido a pena de prisão na Penitenciária de Lisboa.
No Brasil, por duas vezes Urbino de Freitas requereu permissão para exercer medicina, primeiro em Campinas, depois no Rio de Janeiro, tendo sido rejeitados ambos os pedidos. No ano de 1906, ocorreu nesta cidade um incidente de fiscalização do exercício de medicina que teve enorme repercussão pública. Por desobediência, o Director da Saúde Pública, Oswaldo Gonçalves Cruz (1872-1917), mandou processá-lo por exercício ilegal da medicina e enviou uma circular às farmácias da capital, proibindo que aviassem as receitas do médico português. O não acatamento dessas deliberações levou o governo a determinar a sua expulsão do Brasil. Foi detido quando faltavam cinco dias para embarcar. O Supremo Tribunal anulou uma ordem de habeas-corpus concedida pelo juiz federal, por julgar incompetente a decisão daquele magistrado para julgar a inconstitucionalidade da lei de expulsão.
Uma comissão de portugueses e brasileiros, convictos da inocência de Urbino de Freitas no caso do envenenamento ocorrido no Porto, enviou uma petição ao Rei D. Carlos, pedindo a revisão do processo, que não foi deferido. Em 1913 Urbino de Freitas regressou a Portugal e até ao fim da sua vida alimentou uma batalha jurídica, procurando novos elementos de prova que o habilitassem a obter um despacho judicial favorável. Contou sempre com o apoio e a fé inquebrantável da sua inocência por parte da esposa, Maria da Dores Freitas. Morreu no dia 23 de Outubro de 1913.
O caso relatado originou ao livro O Caso Medico-Legal Urbino de Freitas , da autoria dos peritos forenses portuenses, que teve não só repercussão nacional mas também no exterior (foi editada uma versão francesa), alargando a visibilidade da toxicologia.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

COCAÍNA - EFEITOS E CONSEQUÊNCIAS

A cocaína é produzida a partir de uma planta cujo nome é Erythroxylon coca. Os povos andinos a utilizavam na composição de chás ou para mascar, com a função de aliviar os sintomas das grandes altitudes. Entretanto, não sabiam eles que esta planta possui uma substância alcalóide chamada benzoilmetilecgonina que pode causar danos à saude e problemas sociais.

O processo de extração do alcalóide as folhas são prensadas em ácido sulfúrico, querosene ou gasolina, resultando em uma pasta chamada sulfato de cocaína, depois utiliza-se ácido clorídrico, formando um pó branco. Assim, em formato de pó, pode ser aspirada, dissolvida em água e injetada. Já a pasta fumada em cachimbos, sendo chamada, nesta caso, de crack. Há também a merla, que é a cocaína em forma de base, cujos usuários, fumam-na pura ou com maconha.
Atua no sistema nervoso central, a cocaína provoca euforia, bem estar, sociabilidade. Pelo fato de que nem sempre as pessoas conseguem ter tais sensações naturalmente, e de forma intensa, uma pessoa que se permite utilizar essa substância vai quere-la diáriamente.
O coração tende a acelerar, a pressão aumenta e a pupila dilata. O consumo de oxigênio aumenta de capta-lo, diminui. Esse fator, juntamente com as arritmias, que a substância provoca, deixa o usuário pré-disposto à infartos. O uso frequente também provoca dores musculares, nauseas, calafrios e perda de apetite.
Como a cocaína tende a perder sua eficássia ao longo do tempo de uso, fato este denominado tolerância à droga, o usuário tende a utilizar progressivamente doses mais altas, buscando obter de forma incessante e cada vez mais inconsequente, os mesmos efeitos que conseguia no início. Dosagens muito frequentes e excessivas provocam alucinações táteis, visuais e auditivas, ansiedade, delírio; ansiedade, delírio, agressividade e paranóia.

Este ciclo torna-o também cada vez mais dependente, fazendo de tudo para consumir a droga, resultando em problemas sérios não só a saúde mais as relações interpessoais. Afastamento de família e amigos, e até mesmo comportamentos condenáveis, como participação de furtos ou assaltos para obter a droga são comuns.

A utilização da droga injetável pode provocar contaminações por doenças infecciosas como a AIDS e infecções locais.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Luminol







É POSSÍVEL SABER SE UMA PESSOA USOU DROGAS APENAS ANALISANDO O CABELO?

Pergunta enviada por uma pessoa no ORKUT:
PERGUNTA: Porque é possível saber que uma pessoa usou drogas apenas analisando um fio de cabelo?

RAQUEL MOREIRA:
SIM - Porque quando se usa drogas, ela imediatamante vai para a circulação, então o sangue que irriga a região capilar, deixa traços da droga na matriz de cada fio de cabelo, sendo possível a identificação da droga. É interessante adicionar que a droga não sai do cabelo, por mais que ele cresça, ela permanece no fio, sendo possível afirmar se a pessoa usou drogas a meses atras.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

ARTE FORENSE

A arte forense é um setor dentro da polícia, que faz uso da tecnologia, psicologia e inteligência para criar os chamados retratos-falados. Desde muito tempo retratos são usado dentro da polícia, inicialmente os desenhos eram feitos com lápis e papel mais com o avanço da tecnologia e surgimento de programas de computador altamente capacitados, esse método usando lápis está praticamente acabando. Os peritos dessa área solucionam cerca de 70% do casos correntes e amenizam a dor de pessoas vítimas de violência.

O desenho é feito com o auxílio da vítima, que descreve com palavras a fisionomia do agressor.
Os peritos dessa área estão presentes na Polícia Militar, Civil, Federal e Exército. Além disso podem trabalhar com ONGs não governamentais ou ajudando na busca de pessoas desaparecidas.
COMO É FEITO O ATENDIMENTO À VÍTIMA?
Depois de registrado o B.O (Boletim de Ocorrência) o delegado encaminha a vítima para o setor de arte forense. A pessoa é atendida por no mínimo cinco peritos especializados no assunto, que agem de acordo com as especificidades de cada caso.
Existem os especialistas em crianças, testemunhas protegidas, mulheres vítimas de violência, entre outros. O desenho demora cerca de 25 a 4horas para ficar pronto, depende da lembrança da pessoa e o seu estado emocional. Os peritos levam sempre em consideração o fato de as vítimas sempre lembrarem do agressor de uma forma mais ''dramática''. E isso é bom porque ela percebe as características mais marcantes do agressor através de um rosto de fúria ou careta. Essa visão de montro que a vítima cria no agressor tem dois lados: pode ajudar, como já citado, ou pode ''dar um branco'' de memória na pessoa.


POLICIA CIVIL. Setor de arte forense da DGP da solução aos crimes. Disponível em < http://www.policiacivil.sp.gov.br/ > Acesso em 07 de outubro de 2010.

UM CABELO PERMITE IDENTIFICAÇÃO DE VÍTIMA DE HOMICÍDIO

Um só cabelo é suficiente para reconstituir os movimentos de uma pessoa nos EUA, graças a um novo teste que poderá permitir à polícia verificar os álibis ou identificar as vítimas de homicídio, revela um estudo.
Com a ajuda de simples amostra de água, de torneira e restos de cabelos recolhidos nos cabeleireiros de todo o país, investigadores da Universidade de Utah, nos EUA, conseguiram por em evidência diferentes químicos, suficientemente significativos para servir de marcadores geográficos.
O estudo publicado revela que 85% das variações de isótopos de hidrogênio e oxigênio nos cabelos de uma pessoa se devem a diferentes composições da água potável. Um só fio de cabelo por exemplo, pode permitir a determinação do lugar onde se encontrava uma pessoa à semanas, e mesmo anos, consoante o comprimento do cabelo e o tempo em que caiu.

A equipe de investigadores, liderada pelo geoquímico Thure Cerling, elaborou um mapa com diferentes rácios de isótopos de hidrogênio e oxigênio presentes nos cabelos, que, apesar de não permitirem determinar com precisão lugares, possibilitam identificar diferentes áreas geográficas.

A técnica poderá também ser utilizada pelos médicos para determinar os sintomas assossiados ao agravamento de doenças alimentares ou pelos antropólogos e arqueólogos que procuram reconstruir as migrações das populações ou animais desaparecidos, segundo cientístas.

sábado, 2 de outubro de 2010

QUÍMICA FORENSE & PRÁTICA FORENSE

Química Forense pode ser definida como a parte da ciência que se aplica aos conhecimentos da química e áreas afins aos problemas de natureza forense utilizando-se de métodos analíticos.
O PhD em Química, José Almirall, coordenador do programa de Ciência Forenses da Universidade de Miami, explica que o requisitos básicos para se tornar um profissional dessa áres são: Saber fazer uso das teorias aprendidas para a análise específica e ter uma ''base'' química sólida.

Prática Forense é a aplicação de técnicas científicas dentro de um processo legal. Essas práticas envolvem pesquisadores altamente especializados - ou criminalistas - que localizam vestígios Mas esses vestígios só podem proporcionar provas conclusivas quando são testados em laboratório. Alguns dos vestígios encontrados não podem ser vistos olho nu. Hoje em dia, a ciência forense usa o teste de DNA no julgamento de acusações complexas e sérias - solucionando assassinatos através do blocos da vida.

Como os criminosos desenvolveram vias cada vez mais criativas de driblar a lei, a nossa força policial foi obrigada a descobrir maneiras mais eficientes de levar esses delinquentes a julgamento. Mesmo que aparentemente eles não deixem pistas os detetives descobrirão que isso não é verdade. A presença física sempre estará presente em algum objeto, local ou até mesmo em outra pessoa. Todos nós sabemos que os criminosos podem ser capturados pelas pegadas e balas de revólver, mais o que nem todos sabem é que as fibras, amostras de cabelo e até sujeira de sapatos podem ser usados na investigação. Recentemente a perícia encontrou algas no sapato do advogado Mizael Bispo acusado de assassinar a também advogada Mércia Nakashima. Essas algas são semelhantes as encontadas no local do assassinato, o que prova que o acusado esteve no local do crime.

São exemplos de análises químicas de interesse Forense responsáveis as reações empregadas nas análises de armas de fogo, identificação de adulterações em veículos, revelação de impressões digitais, identificação de sangue no local do crime ou em objetos relacionados a este , bem como a constatação de substâncias entorpecentes como maconha e cocaína.

domingo, 12 de setembro de 2010

Pericia forense computacional

Ramo da perícia que é relativamente novo. Consiste na análise de mídias digitais para tentar encontrar evidências de delitos no mundo real e/ou virtual. Apesar de nova, a perícia computacional está em constante expansão, no entanto esta área conta com poucos profissionais capacitados para atender a constante demanda. Essa procura leva a altos salários, oportunidades sobrando no mercado de trabalho, sem falar do eterno gosto de aventura.
O perito computacional pode atuar tanto na esfera pública- como funcionário da polícia federal por exemplo- quanto na iniciativa privada prestando consultorias para empresas que necessitem detectar algum tipo de delito digital. Os principais problemas dentro das companhias acontecem por conta de ações de funcionários ou de ex-funcionários insatisfeitos. ''Entre as ocorrências mais comuns estão difamações e injúrias via email e envio de informações privilegiadas para concorrentes.'' comenta Victor Hugo, consultor da Axur (empresa especializada em segurança da informação).

O roubo das informações também podem ocorrer via celular. Corporações que precisem de programas gráficos, como as da área de engenharia estão sugeitas a sofrer com um dispoditivo que aparenta ser bastante inocente. Alguém pode abrir o programa, tirar foto da tela do computador e enviá-la para concorrentes. Neste caso existem softwares que fazem análise do cartão SIM (chip) e varrem todas as ãções realizadas pelo chip.

Outra prática comum realizada pelos descontentes de plantão é a remoção de arquivos do servidor corporativo.
Os peritos trabalham também na identificação de uso de softwares piratas nas empresas. Os infratores bem que tentam livrar-se das provas. Formatam a máquina várias vezes na tentativa de apagar os rastros do resistro ilegal de programas na máquina, mais os peritos tem ferramentas que permitem recuperar os dados que foram formatados.
O trabalho na polícia gira em torno de crimes como pedofilia, fraudes e tráfico de drogas via internet.

Salário:
prestando serviços para empresas (cerca de 15 casos p/ mês) - cada caso gira em torno de 2 mil reais
Polícia:
salário mensal inicial - 10.800 reais.


sábado, 21 de agosto de 2010

Antropologia Forense

Antropologia forense é um ramo da medicina legal e tem como objetivo a identificação de seres humanos. Tem forte influência sobre a esfera penal. É utilizada principalmente para identificar corpos esqueletizados.
No entanto o ramo da antropologia não se restringe apenas a identificação de corpos cadavéricos; O antropólogo pode/deve estar presente em qualquer procedimento, seja na patologia ou em qualquer outro, no qual não está sendo possível a identificação.

É importante lembrar que antropologia e patologia são ramos muito semelhantes; não é atoa que trabalham em equipe.

O trabalho do antropólogo é minuncioso e cuidadoso, exige muito conhecimento dentro da patologia. Suas atitudes devem obedecer os principios metodológicos que ele mesmo determinou em sua primeira visualização das condições do corpo. Por exemplo: Se o cadáver estiver de roupa. O que fazer? O antropólogo não pode rasgar ou cortar de nenhuma forma, ele deve fazer de tudo para mante-la em perfeito estado, por mais dificil que possa parecer; a roupa pode ajudar muito na identificação da causas da morte.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Intoxicação por Chumbo

A intoxicação por chumbo habitualmente é crônica. Em certas ocasiões, os sintomas apresentam-se periódicamente. Algumas lesões como a deficiência intelectual em crianças e a doença renal progressiva nos adultos podem ser irreversíveis.

O risco de apresentar sintomas por intoxicação aumenta à medida que aumenta os valores de chumbo no sangue. Com valores altos, o risco de lesão cerebral é grande, embora imprevisível. Valores baixos mais constantes aumentam os riscos de deficiência intelectual a longo prazo.

SINTOMAS:
(adultos)
>> Modificação da personalidade
>> Dor de cabeça
>> Sabor metálico na boca
>> Falta de apeite
>> Vômito
>> Dor abdominal
>> Prisão de ventre

(Crianças)
>> Irritabilidade
>> Vômitos incontroláveis
>> Instabilidade ao andar
>> Confusão
>> Sono
>> Convulsões
>> Coma
DIAGNÓSTICO:
A maior parte é feito através de controle periódico de pessoas que estão expostas a riscos de intoxicação.
Contudo os sintomas podem ser reconhecidos pelo médico e o farmacêutico analista químico poderia confirmar através de exames clínicos como análise de medula óssea em crianças.

Outro meio de diagnóstico é a radiografia do abdómen e de ossos compridos.
TRATAMENTO:
(inespecífico)
#Impedir a exposição continuada ao chumbo
#As convulsões são tratadas com diazepínicos
#Edema cerebral é tratado com manitol e dexametasona

(tto da ingestão de chumbo)
# Induzir a vômito nos primeiros 30 minutos após a ingestão

(tto específico)
#tratamento de quelação (a quelação é proibida por lei em trabalhadores expostos ao chumbo)
está indicado para o tratamento de pacientes sintomáticos e naqueles em que a concentração de chumbo no sangue está acima de 50/60 µg%.
#Os quelantes são: edeteato dissódico de cálcio, dimercaprol, D-penicilamina.

COMO UMA PESSOA PODE SE CONTAMINAR?
#engolindo resíduos de alguns tipos de tinta
#permitir que objetos como bala, peso de cortina, peso pra anzol, permaneçam no organismo.










#Consumindo bebidas ou refeições ácidas contaminadas por permanecerem armazenadas de forma inadequada em artigos de cerâmica revestida com chumbo.
#Queimando madeira pintada com chumbo
#Tomando medicamentos que contenham compostos de chumbo
#utilizando artigos de cerâmica revestidos com chumbo ou vidro revestido com chumbo para guardar ou servir comida
#Bebendo whisky ou vinho destilado em casa ou de contrabando que esteja contaminado com chumbo.



#Inalando gases de gasolina com chumbo
#Expondo-se a trabalhos onde há presença de chumbo se estar protegido por respirador

bibliografia:
http://www.manualmerck.net/


domingo, 18 de julho de 2010

Napoleão não morreu envenenado

No início imaginava-se que Napoleão Bonaparte tivesse morrido envenenado por arsênio, no entanto pesquisadores da Universidade de Pavia, utilizaram um reator nuclear, onde as amostras foram colocadas; essa técnica é conhecida como ativação de neutrões e tem duas vantagens: Não destroi a amostra e fornece resultados precisos perante amostras com pouca massa, como é o caso dos cabelos humanos.

Afinal Napoleão não morreu envenenado com arsênio. A conclusão publicada pela revista ''II Nuovo Saggiatore '' pode ser derradeira sobre a controvérsia em torno da morte do imperador francês, que historiadores, cientistas e escritores julgaram assassinados por guardas britânicos durante a prisão na ilha de Santa Helena, depois da derrota em Waterloo. Segundo os investigadores responsáveis pelo estudo conduzido pelo Instituto Nacional Italiano de Física Nuclear (INFN), o nível de arsênio encontrado nas amostras de cabelo da altura não deixam de ser assustadores.
Os investigadores utilizaram o reator nuclear para testar o nível de arsênio em amostras de cabelo históricas, com mais de 200 anos, e em amostras contemporâneas cedidas por dez voluntários. Foram analisados amostras de diferentes períodos da vida de Napoleão, desde a sua infância na Córsega, ao exílio na Ilha de Elba e ao dia de sua morte, a 5 de maio de 1821.
Através da técnica nuclear, verificaram que todas as amostras continham vestígios de arsênio. Uma descoberta em contornos surpreendentes, dizem os investigadores, uma vez que o nível do elemento químico nas amostras do tempo de Napoleão era 100 vezes maior do que nas amostras recolhidas nos tempos de hoje.
Concluindo, o estudo mostrou, perante as análises das amostras de todas as etapas da vida de Napoleão, que sua morte não teria se tratado de envenenamento. Segundo os investigadores, antigamente as pessoas absorviam no ambiente quantidades de arsênio que hoje seriam consideradas perigosas.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Identificação da idade dos mortos através dos olhos

Na Dinamarca, pesquisadores desenvolveram um método que permite analisar através da lente dos olhos a data de nascimento de uma pessoa. Essa descoberta pode ajudar os cientistas forenses a determinar a data de nascimento de corpos não identificados.

A lente de nossos olhos é formada por proteínas transparentes, ligadas de forma particular e estreita que chegam a parecer cristais, são chamadas de cristalinos, através dos quais passa a luz e permite a visão. Essas proteínas se formam entre a idade de 1-2 anos e não sofrem alterações significativas, durante o resto da vida.

O carbono-14 é um isótopo radioativo presente na natureza onde se degrada em nitrogênio muito lentamente e de modo inofensivo para os seres vivos. O carbono é um dos principais elementos orgânicos entrando e saindo constantemente da cadeia alimentar, tal como acontece com a ínfima quantidade de C-14 existente na atmosfera.


Enquanto um organismo permanece na cadeia alimentar, a quantidade de C-14 nas suas células mantém-se constante, a nível ao conteúdo de C-14 da atmosfera. Porém quando o organismo morre, a quantidade de C-14 vai diminuindo lentamente por milhares de anos, enquanto se transforma em nitrogênio. Esta é a base do Carbono-14(radiocarbono) que os cientistas usam para datar achados biológicos ou arqueológicos de até 60.000 anos.

A quantidade de Carbono-14 duplicou desde o final da 2° Guerra Mundial devido as explosões nucleares realizadas pelas grandes potências, mais desde os anos 60 tem vindo a diminuir lentamente para níveis naturais. Esta curva repentina deixou a impressão na cadeia alimentar e também no cristalino do olhos, que absorveram o conteúdo acrescido de carbono através dos alimentos. Como os cristalinos não sofrem alterações por toda a vida, eles refletem o conteúdo de carbono-14 presente na atmosfera no momento em que se formam. Com base nisso um grande acelerador nuclear da Universidade de Aahrus permite determinar a quantidade de C-14 numa amostra tão ínfima como um miligrama de tecido lenticular, e dessa forma calcular o ano de nascimento.

Essa mesma técnica pode ter outras aplicações como analisar quais os tipos de tecidos que podem ser regenerados ou gerados...
Mais isso é assunto para outra postagem!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Fios de Cabelo


Os fios de cabelo estão sendo estudados pela Faculdade de Ciências da saúde, da Universidade da Beira Interior. Eugênia Galhardo dirige o projeto. O projeto prevê a detecção de drogas no corpo humano sem precisar de exames sanguíneos.É um projeto de doutoramento que pretende detectar drogas como opiáceos e canabinóides, entre outras através de amostras de cabelo. ''A medida que o cabelo cresce, é possível traçar um perfil de consumo'' explicou a Agência Lusa Mario Barroso, especialista na área de toxicologia forense da delegação sul (Lisboa) do INML (Instituto Nacional de Medicina Legal). ''É possível associar a presença de determinadas substâncias no cabelo ao consumo de drogas, e mediante o comprimento fazer a correspondência com um determinado período no tempo'', explicou. O cabelo cresce cerca de 1 cm por mês ''mas cada caso é um caso'', ressalvou Mário Barroso. ''Quanto mais comprido, mais cuidado é necessário na análise'', disse.
A colheita obedece a alguns critérios específicos, alguns ainda em estudo, como a necessidade de amostra do cabelo ter de ser recolhida em zonas onde o ''Cerscimento é mais homogêneo'', explicou. O projeto ''está no início'' e, por enquanto, a metodologia está apenas validada para consumo de cocaína. No final pretende ser aplicado a todos os tipos de drogas de abuso mais correntes, sejam opiáceos ou canabinóides.



Vantagens: '' O fato de não ser invasivo e facilidade de recolher a amostra que pode ser feita praticamente por qualquer pessoa'', frisou Eugênia Galhardo.

Manchas de Sangue

Crimes bárbaros infelizmente acontecem todos os dias. Muitos se impressionam, tanto no cinema como na vida real, quando vêem o sangue da vítima. Há quem até desmaie. Cenas de crime realizados com faca, arma de fogo e outras são muito traumatizantes. Mais o perito por mais estranho que possa parecer, está acostumado com isso, e é um dos seus objetivos na análise da cena do crime e achar evidência de sangue. E as técnicas de investigação com recursos científicos remontam ao século I, quando o romano Quintiliano descobriu que um homem assassinou a própria mãe depois de analisar vestígios de sangue nas mãos do culpado.
De lá pra cá os avanços no conhecimento científico deram suporte as investigações das mais diversas evidências.


Existem situações em que a mancha de sangue é evidente. Localiza-se, por exemplo, próximo ao corpo alvejado por um disparo de arma de fogo. Contudo, há casos em que a mancha não é explicita. Existe a possibilidade, também, de que o criminoso limpe a cena do crime.

Como o sangue permeia todo o nosso corpo, quando ocorrem avarias ele tende a sair. A forma como este sai depende de como a lesão foi produzida. Nas figuras abaixo, vou tentar explicar os tipos de manchas de sangue:



Analisando as manchas: da esquerda para a direta, a primeira mancha representa a forma gotejada, a segunda mancha está na forma transferida.
O estudo das manchas de sangue para fins forenses é feito pela serologia.
Na cena do crime nem sempre a mancha de sangue é perceptível. Alguem poderia, por exemplo, limpar o local, afim de encobrir o acontecido, porém para sorte nossa e dos peritos, o luminol reage com quantidades diminutas de sangue, sua luminosidade pode chegar aos impressionantes 1/1.000.000.000, mesmo em locais com azulejo, pisos cerâmicos ou de madeira, os quais tenham sido lavados. A eficássia do produto é tão grande que é possível a detecção de sangue mesmo que já tenham se passado seis anos da ocorrência do crime. A reação química produzida não afeta a cadeia de DNA, permitindo o reconhecimento dos criminosos ou da vítima. Por isso ele é recomendado para os lugares onde há suspeita de homicídio e superfícies que, aparentemente, não exibem manchas de sangue.


CHEMELLO,E. Química Virtual, janeiro (2007)