sábado, 29 de outubro de 2011

DNA confirma: corpo achado no Rio Botas era de Juan



Após quatro meses da morte do menino Juan Moraes, assassinado na favela Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, o caso parece, enfim, rumar para o fim. O exame de DNA pedido pela Defensoria Pública no último dia 5 concluiu que o corpo, exumado no dia 17 de agosto, é realmente de Juan. A afirmativa põe fim a uma das dúvidas decorrentes da sucessão de erros da polícia. O primeiro laudo expedido pela perícia informava que o corpo encontrado no rio Botas, em Belford Roxo, também na Baixada, era de uma menina.

Em nota, a Defensoria declarou que os novos exames foram importantes para o avanço das investigações sobre o caso. Através dessa perícia outras questões técnicas poderão ser esclarecidas sobre a identificação do cadáver. “Os novos exames confirmaram graves contradições técnicas periciais e distorções ocorridas durante o inquérito policial, que serão questionadas judicialmente a partir da próxima semana”, afirma a Defensoria Pública.

O pedido do novo exame de DNA foi feito pelo defensor público Antonio Carlos Oliveira, que representa Edilberto Barros do Nascimento, um dos policiais militares acusados de matar Juan. O corpo do menino poderá ser retirado do Instituto Médico Legal e, enfim, ser sepultado.

São acusados de matar Juan os policiais militares Isaías Souza do Carmo, Edilberto Barros do Nascimento, Ubirani Soares e Rubens da Silva. Todos foram denunciados por dois homicídios duplamente qualificados e duas tentativas de homicídio duplamente qualificado. Eles respondem pelo homicídio de Igor de Souza Afonso, morto durante a mesma operação que causou o assassinato de Juan. Em julho, o delegado titular da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, Ricardo Barbosa, responsável pela investigação do caso, informou que só a polícia atirou durante a operação da PM na favela Danon.

No dia da incursão da polícia à favela, em 20 de junho, Juan, o irmão dele, Wesley, de 14 anos, e o jovem Wanderson dos Santos de Assis, de 19, estiveram no meio dos tiros. Os dois jovens foram atingidos e correram para buscar socorro. Na volta, não encontraram Juan. O corpo do menino foi achado no Rio Botas, em Belford Roxo, município vizinho a Nova Iguaçu.

Fonte: Revista Veja 27/10/2011

Relato de casos 01 - Caso Isabella Nardoni




No dia 30 de março de 2008, o Brasil inteiro parou para acompanhar as investigações sobre a morte de Isabella Nardoni, uma criança de cinco anos assassinada na noite do dia 29 de março. A criança foi encontrada ferida, após ter sido jogada de uma altura de seis andares, no jardim do edifício London, prédio residencial na rua Santa Leocácida, Zona Norte de São Paulo. No apartamento, que pertencia a seu pai, moravam além dele a madrasta da menina e dois filhos do casal, um de onze meses e outro de três anos. A menina chegou a ser socorrida pelos bombeiros mas não resistiu e morreu a caminho do hospital.O pai de Isabella teria afirmado em depoimento que o prédio onde mora fora assaltado e a menina teria sido jogada por um dos bandidos. Segundo divulgado pela imprensa ele teria dito que deixou sua mulher e os dois filhos do casal no carro e subiu para colocar Isabella, que já dormia, na cama. O pai da vítima teria descido para ajudar a carregar as outras duas crianças, respectivamente de 3 anos e 11 meses, e, ao voltar ao apartamento, viu a tela cortada e a filha caída no gramado em frente ao prédio. Entre o momento de colocar a filha na cama e a volta ao quarto teriam passado de 5 a 10 minutos, de acordo com o depoimento do pai. Dias após, a investigação constatou que a tela de proteção da janela do apartamento foi cortada para que a menina fosse jogada e que havia marcas de sangue no quarto da criança.
INVESTIGAÇÃO:
O caso teve forte repercussão no Brasil, nos dias 30 e 31 de março. Em meio da repercussão, o pai da criança afirmou à polícia no dia 30, que ela havia ficado sozinha no quarto enquanto ele foi buscar os outros filhos. No mesmo dia, a emissora de TV de notícias Globo News revela que a polícia descartou a possibilidade de acidente na morte de Isabella.Segundo um delegado titular da polícia sangue foi encontrado no quarto e um buraco na tela de proteção de uma janela reforçam as suspeitas da polícia de homicídio. A perícia feita pela Polícia Técnico-Científica no domingo, diz que a rede de proteção da sacada, foi cortada propositalmente, só que no quarto dos irmãos da Isabella e não no quarto em que ela foi colocada para dormir.No entanto, uma rádio afirmou que o pai disse à polícia que a menina foi jogada por um assaltante.

INDÍCIOS:
Arrombamento:Consta no boletim de ocorrência a informação de que Nardoni teria dito aos policiais militares que atenderam ao caso que a porta do apartamento estava arrombada e de que ele teria visto uma pessoa fugindo após a tragédia. Já no depoimento, afirmou que a porta estava trancada e não mencionou a existência de outra pessoa. A averiguação dos peritos garantiu que não havia nenhum sinal de arrombamento no apartamento, muito menos de furto.
Os muros do condomínio eram baixos e de fácil acesso e, na época, havia apenas um prédio em construção e um terreno baldio nos arredores. A hipótese de que o invasor fosse morador do prédio não averiguada. O Pedreiro Gabriel Santos Neto que trabalhava na obra vizinha ao prédio que foi cenário do crime disse à Folha de São Paulo que a construção teria sido arrombada na mesma noite. Posteriormente desmentiu o fato e não pode mais ser encontrado para testemunhar no julgamento. O repórter Rogério Pagnan a quem este fato foi afirmado testemunhou no julgamento.
Fernando Neves, tenente e comandante da Força Tática da área, chefiou sa buscas ao suposto ladrão e dias depois detalhou a operação: "Foi feita uma varredura minuciosa nos mínimos detalhes, foi feito cerco no quarteirão, nos travamos elevadores, ninguém entrou, ninguém saiu e varremos todo prédio". Alguns meses depois este tenente matou-se quando um mandado de busca e apreensão era realizado no seu apartamento, pois era alvo de uma investigação de pedofilia. Interceptações telefônicas autorizadas pela justiça descobriram que ele tentava um encontro com uma menina de 5 anos, a mesma idade de Isabela. Os registros oficiais do caso mostram que já haviam policiais na área antes de o tenente chegar e este estaria em outro local a serviço, quando recebeu a ocorrência, via rádio, do caso Isabela. Algumas fontes dizem que o tenente teria sido o primeiro a chegar, mesmo sem ter sido chamado.
Manchas de sangue:
A origem do sangue também precisa ser melhor esclarecida, já que a perícia encontrou gotas de sangue na entrada do apartamento, no chão do quarto dos irmãos de Isabella e na tela da janela de onde a criança teria sido jogada. “O sangue era visível, tanto que o delegado notou assim que chegou, mas o pai omitiu isso no depoimento”, afirmou Cembranelli. As manchas de sangue não puderam ser identificadas como sendo de Isabela, bem como a data da criação das mesmas não pode ser precisada. A defesa alegou que o reagente utilizado pela polícia para detectar essas manchas também reage com vestígios de alguns alimentos como cenoura, nabo, banana e alho.
QUEDA DE ISABELLA:
A primeira pessoa que viu a criança no gramado foi o
porteiro. Ele teria relatado que escutou um forte barulho e quando olhou, a menina já estava no chão. Um morador do primeiro andar também teria escutado um estrondo e visto Isabella da sacada. Ele teria sido o primeiro a acionar o resgate, que demorou cerca de 13 minutos. Este mesmo morador disse, durante a reconstituição do crime, no domingo dia 27 de abril, que Alexandre ficou de joelhos e encostou o ouvido direito no coração da menina. Também disse que falou para Alexandre não tocar na menina para não prejudicar o estado dela. Por 34 minutos os paramédicos tentaram reanimá-la. A perícia constatou, que Isabella foi lançada pelos pulsos, e que a marca de suas mãos ficaram logo abaixo da janela, como a marca de seus joelhos. Segundo o promotor Francisco Cembranelli, Isabella teria sido "delicadamente" derrubada do 6° andar. Isso, na opinião de Cembranelli, refuta a versão
apresentada pelo casal. "Se fosse um monstro, como dizem os indiciados, certamente não sepreocuparia e arremessaria a menina de qualquer lugar e de qualquer jeito. Ela foi jogada do quarto dos irmãos, soltas", afirmou. Segundo o promotor, se Isabella tivesse sido arremessada da janela de seu quarto, ela teria sofrido danos físicos ainda maiores por conta do piso de granito. Já abaixo da janela do quarto dos irmãos, há um gramado; O médico Paulo Papandreu defendia a tese de que a menina caiu de forma acidental em seu livro "Caso Isabella: verdade nova". Em 2009 a mãe de Isabela conseguiu impedir judicialmente a circulação do livro e processou o autor pedindo indenização. Esta crítica também foi sustentada pelo médico legista George Sanguinetti no livro "A morte de Isabella Nardoni - Erros e Contradições Periciais", que também foi proibido pela justiça de São Paulo. George Sanguinetti ficou famoso por ter contestado a perícia de cuidadosamente introduzida no buraco da rede de proteção e delicadamente teve as mãos soltas.
Comportamento de Alexandre Nardoni
Ana Carolina Oliveira disse ao programa Fantástico: "Eu e ele (Alexandre), tínhamos uma relação distante. Mas ela (Isabella) tinha um amor incondicional por esse pai", disse, acrescentando que a menina de cinco anos nunca falou mal do pai. ”Nunca Isabella deu algum sinal, e nunca falou nada sobre o pai. Eu não sei o que aconteceu aquele dia. Fico muito triste em saber que minha filha sofreu, mas o que aconteceu a gente ainda vai descobrir."
Espancamento e tentativa de asfixia:

O rascunho do laudo 1.081, que será feito pelo médico Laércio de Oliveira Cesar com o auxílio de dois colegas, reforça a tese que a menina Isabella, de 5 anos, foi asfixiada por esganadura ou sufocamento e teve um osso da mão esquerda quebrado, provavelmente por meio de uma torção, e havia sinais de que essa fratura ocorreu quando a garota estava viva. Além disso, foi encontrada pequena hemorragia no cérebro. “Isso é comum nos casos do que chamamos de síndrome de criança espancada”, disse um legista. No corpo, havia um machucado no antebraço direito, como se ele tivesse enganchado na tela de proteção da janela ou como se ela tivesse tentado se agarrar. Por fim, havia um corte na cabeça, provavelmente também anterior à queda.
O perito George Sanguinetti, em seu livro “A morte de Isabella Nardoni - Erros e Contradições Periciais” destaca que o fato de os ferimentos terem ocorrido quando a menina estava viva não significa que o foram antes da queda, já que a menina veio a falecer mais de 50 min após a queda. Assim sendo, é muito mais óbvio que todos os ferimentos decorreram da queda, não havendo qualquer base científica ou razoabilidade em se afirmar que houve uma agressão anterior à queda. A asfixia decorreu das lesões no aparelho respiratório de Isabella decorrentes da queda, não havendo igualmente base científica ou sinais externos característico (Marcas de dedos na garganta) que embasem a tese de tentativa de esganadura. As expeculações da perícia policial foram cruciais para embasar a tese de coautoria da madrasta, desqualificando-a como testemunha.
Carro de Alexandre:
No dia 22 de abril, a empresa responsável pelo rastreador (GPS) instalado no carro Ford Ka revela que o carro de Alexandre Nardoni foi desligado às 23h36min11seg. Esse tipo de aparelho emite sinais via satélite para uma central de operações que, com isso, consegue monitorar todos os movimentos do veículo e saber, inclusive, a que horas ele foi ligado e desligado. O intervalo de tempo entre o momento que o motor do carro é desligado e primeira chamada para o resgate, que foi às 23h49min59seg, é de apenas treze minutos, o que, segundo a perícia é tempo insuficiente para os fatos acontecerem segundo contado por Alexandre. Conforme a Revista Veja de 30 de abril, Alexandre Nardoni disse, em seu depoimento, que gastou cerca de cinco minutos entre deixar a mulher e os dois filhos no carro, e levar Isabella dormindo ao apartamento no sexto andar. Isto daria 23h41min. Em seguida, teria voltado à garagem para ajudar Anna Jatobá a subir com os filhos. Neste percurso, teria gasto quatro minutos. O horário seria 23h45min. O registro do telefonema de um vizinho que solicitou o resgate aconteceu quatro minutos depois, tempo exíguo demais para que um suposto invasor (que a defesa alega existir) asfixiasse a menina, cortasse a rede de proteção da janela do quarto de Pietro e Cauã, atirasse Isabella pelo buraco e saísse do apartamento sem deixar vestígios.


O caso gerou grande repercussão nacional e Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá,
respectivamente pai e madrasta da criança, foram condenados por homicídio doloso triplamente qualificado (art. 121, § 2°, incisos III, IV e V), e vão cumprir pena de 31 anos, 1 mês e 10 dias, no caso dele, com agravantes pelo fato de Isabella ser sua descendente, e 26 anos e 8 meses de reclusão no caso de Anna Jatobá, ficando caracterizado como crime hediondo. A decisão foi proferida pelo Juiz Maurício Fossen, no Fórum de Santana em São Paulo.

Fonte: Wikipédia

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Lixo Hospitalar Vindo dos EUA. Palhaçada.

O Instituto de Criminalística de Pernambuco está com amostras do lixo hospitalar vindo dos Estados Unidos - material apreendido pela Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) no fim de semana no Porto de Suape, litoral sul do Estado - em um galpão da cidade de Santa Cruz do Capibaribe e Toritama, ambas no agreste. O Ministério Público Federal (MPF) requisitou à Polícia Federal (PF) a instauração de inquérito para apurar as responsabilidades pelo desembarque.
A suspeita é de que os tecidos façam parte do esquema de importação clandestino descoberto no último dia 11, quando a Receita Federal apreendeu, também no Porto de Suape, dois contêineres com 46 t de descarte hospitalar originários do Estado americano da Carolina do Sul.

Segundo informações da Receita Federal, a empresa importadora da carga tem sede na cidade de Santa Cruz do Capibaribe e uma filial em Toritama. Os dois municípios fazem parte do pólo de confecções do agreste de Pernambuco. As perícias vão apontar se as manchas escuras encontradas nos lençóis são ou não de sangue. Os tecidos seriam usados para fazer forros de bolsos de calças e também vendidos a quilo. Cada quilo desse material era comercializado a R$ 8,35. Ainda nesta segunda-feira, um delegado da Polícia Federal deve ser designado para comandar as investigações.
A procuradora da República Carolina de Gusmão Furtado, responsável pelo caso, esteve reunida nesta tarde com representantes da Receita Federal, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Apevisa e PF para articular a atuação dos órgãos envolvidos.
Segundo o MPF, há indícios da prática de crimes de contrabando e uso de documento falso, além de crime ambiental. Além da investigação criminal, o MPF instaurou procedimento administrativo para averiguar a necessidade de medidas cíveis ambientais.

ONG preencheu nota fiscal de fornecedor de convênio do Esporte


Uma perícia técnica nas prestações de contas de um convênio no Ministério do Esporte apontou que o representante de uma organização não governamental (ONG) fez o cheque e também preencheu a nota fiscal em nome de quem vendeu à entidade o produto destinado ao projeto do governo. A pedido do jornal O Estado de S. Paulo, o perito criminal federal Maurício José da Cunha, professor de criminalística e documentoscopia da Academia Nacional do Departamento de Polícia Federal, analisou os documentos, e atestou que o mesmo punho escreveu os valores e datas em cheques do Instituto Pró-Ação e notas fiscais de empresas fornecedoras do Projeto "Pintando a Cidadania". Ou seja, quem pagou fez a nota fiscal de quem vendeu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
"Conseguiu-se detectar as características dos grafismos não só quanto ao aspecto formal como quanto a sua formação genética em vários algarismos, letras isoladas e em palavras completas indicando um mesmo punho para os preenchimentos de cada cheque pesquisado com sua respectiva nota fiscal", diz o laudo. Pelo menos R$ 1,3 milhão em cheques da conta corrente do convênio do Instituto Pró-Ação com o Ministério do Esporte foi parar em contas de empresas fantasmas. O convênio foi assinado pelo secretário nacional de Esporte Educacional, Wadson Ribeiro. Há cheques de R$ 364 mil, R$ 311 mil, R$ 213 mil, R$ 178 mil, R$ 166 mil e R$ 58 mil. O dono de uma empresa disse que "arranjou" a nota fiscal para um amigo. As cópias dos cheques e das notas fiscais extraídas do convênio do ministério e são referentes às empresas Contemporânea Comércio e Serviços e Guerreiro Comércio e Serviços, que aparecem como contratadas. A primeira recebeu R$ 817 mil e a segunda, R$ 178 mil. Ambas não têm endereço fixo.
Parabéns à perícia que contribui cada vez mais para o solucionamento de crimes como esse. Espero que a impunidade não prevaleça mais uma vez.



domingo, 16 de outubro de 2011

O que é dependência química?



Dependência quími
ca é:

A DEPENDÊNCIA de qualquer substância psicoativa, ou seja, qualquer droga que altere o comportamento e que possa causar dependência (álcool, maconha, cocaína, crack, medicamentos para emagrecer à base de anfetaminas, calmantes indutores de dependência ou "faixa preta" etc.). A dependência se caracteriza por o indivíduo sentir que a droga é tão necessária (ou mais!) em sua vida quanto alimento, água, repouso, segurança... quando não o é!
"QUÍMICA" se refere ao fato de que o que provoca a dependência é uma substância química. O álcool, embora a maioria das pessoas o separem das drogas ilegais, é uma droga tão ou mais poderosa em causar dependência em pessoas predispostas quanto qualquer outra droga, ilegal ou não.
UMA DOENÇA:
A Organização Mundial de Saúde reconhece as dependências químicas como doenças. Uma doença é uma alteração da estrutura e funcionamento normal da pessoa, que lhe seja prejudicial. Por definição, como o diabete ou a pressão alta, a doença da dependência não é culpa do dependente; o paciente somente pode ser responsabilizado por não querer o tratamento, se for o caso. Exatamente da mesma maneira que poderíamos cobrar o diabético ou o cardíaco de não querer tomar os medicamentos prescritos ou seguir a dieta necessária. Dependência química não é simplesmente "falta de vergonha na cara" ou um problema moral.
UMA DOENÇA DE MÚLTIPLAS CAUSAS:
As dependências químicas não têm uma causa única, mas sim, são o produto de vários fatores que atuam ao mesmo tempo, sendo que, às vezes, uns são mais predominantes naquele paciente específico que outras. No entanto, sempre há mais de uma causa. Por exemplo, existe uma predisposição física e emocional para a dependência, própria do indivíduo. Vivendo como um dependente, o paciente acaba tendo uma série de problemas sociais, familiares, sexuais, profissionais, emocionais, religiosos etc., que são conseqüência e não causa de seu problema. Portanto, as causas são internas, não externas. Problemas de vida não geram dependência química.
UMA DOENÇA COM MÚLTIPLAS REPERCUSSÕES:
Como já dissemos, a dependência química gera inúmeros problemas sociais, familiares, físicos etc.
UMA DOENÇA PROGRESSIVA:
Sem tratamento adequado, as dependências químicas tendem a piorar cada vez mais com o passar do tempo.
UMA DOENÇA CRÔNICA INCURÁVEL:
O dependente químico, esteja ou não em recuperação, esteja ou não bebendo ou usando outras drogas, sempre foi e sempre será um dependente. Não existe cura para a dependência: nunca o paciente poderá beber ou usar outras drogas de maneira controlada. Como o diabete, não existe cura: sempre será diabético ou dependente.
UMA DOENÇA TRATÁVEL:
Apesar de nunca mais poder usar álcool ou outras drogas de maneira "social" ou "recreativa", da mesma maneira que um diabético nunca vai poder comer açúcar em quantidade, o dependente, se aceitar e realmente se engajar no tratamento, pode viver muito bem sem a droga e sem as conseqüências da dependência ativa.
É importante notar que qualquer avanço em termos de recuperação depende de um real e sincero desejo do paciente: ninguém "trata" o dependente se ele não quiser se tratar.
UMA DOENÇA FAMILIAR:
O convívio com o dependente faz com que os familiares adoeçam emocionalmente, sendo necessário que o familiar também se trate, e, ao mesmo tempo, receba orientações a respeito de como lidar com o dependente, como lidar com seus sentimentos em relação ao dependente, o que fazer, o que não fazer, e sobre como proteger a si e aos demais membros da família de problemas emocionais causados pela doença do dependente. Muitas vezes, os familiares se assustam quando a gente fala que também eles necessitam de tratamento; ninguém quer ser chamado de doente. No entanto, todos os familiares de dependentes que encontramos durante nossa vida profissional nos relataram pelo menos alguma conseqüência ou problema relacionado à dependência de uma pessoa próxima. Do nosso ponto de vista, quanto mais tempo o dependente e o familiar levarem para admitir a real necessidade de ajuda, maior tempo sofrerão.