O Instituto de Criminalística de Pernambuco está com amostras do lixo hospitalar vindo dos Estados Unidos - material apreendido pela Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) no fim de semana no Porto de Suape, litoral sul do Estado - em um galpão da cidade de Santa Cruz do Capibaribe e Toritama, ambas no agreste. O Ministério Público Federal (MPF) requisitou à Polícia Federal (PF) a instauração de inquérito para apurar as responsabilidades pelo desembarque.
A suspeita é de que os tecidos façam parte do esquema de importação clandestino descoberto no último dia 11, quando a Receita Federal apreendeu, também no Porto de Suape, dois contêineres com 46 t de descarte hospitalar originários do Estado americano da Carolina do Sul.
Segundo informações da Receita Federal, a empresa importadora da carga tem sede na cidade de Santa Cruz do Capibaribe e uma filial em Toritama. Os dois municípios fazem parte do pólo de confecções do agreste de Pernambuco. As perícias vão apontar se as manchas escuras encontradas nos lençóis são ou não de sangue. Os tecidos seriam usados para fazer forros de bolsos de calças e também vendidos a quilo. Cada quilo desse material era comercializado a R$ 8,35. Ainda nesta segunda-feira, um delegado da Polícia Federal deve ser designado para comandar as investigações.
A procuradora da República Carolina de Gusmão Furtado, responsável pelo caso, esteve reunida nesta tarde com representantes da Receita Federal, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Apevisa e PF para articular a atuação dos órgãos envolvidos.
Segundo o MPF, há indícios da prática de crimes de contrabando e uso de documento falso, além de crime ambiental. Além da investigação criminal, o MPF instaurou procedimento administrativo para averiguar a necessidade de medidas cíveis ambientais.
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