Após quatro meses da morte do menino Juan Moraes, assassinado na favela Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, o caso parece, enfim, rumar para o fim. O exame de DNA pedido pela Defensoria Pública no último dia 5 concluiu que o corpo, exumado no dia 17 de agosto, é realmente de Juan. A afirmativa põe fim a uma das dúvidas decorrentes da sucessão de erros da polícia. O primeiro laudo expedido pela perícia informava que o corpo encontrado no rio Botas, em Belford Roxo, também na Baixada, era de uma menina.
Em nota, a Defensoria declarou que os novos exames foram importantes para o avanço das investigações sobre o caso. Através dessa perícia outras questões técnicas poderão ser esclarecidas sobre a identificação do cadáver. “Os novos exames confirmaram graves contradições técnicas periciais e distorções ocorridas durante o inquérito policial, que serão questionadas judicialmente a partir da próxima semana”, afirma a Defensoria Pública.
O pedido do novo exame de DNA foi feito pelo defensor público Antonio Carlos Oliveira, que representa Edilberto Barros do Nascimento, um dos policiais militares acusados de matar Juan. O corpo do menino poderá ser retirado do Instituto Médico Legal e, enfim, ser sepultado.
São acusados de matar Juan os policiais militares Isaías Souza do Carmo, Edilberto Barros do Nascimento, Ubirani Soares e Rubens da Silva. Todos foram denunciados por dois homicídios duplamente qualificados e duas tentativas de homicídio duplamente qualificado. Eles respondem pelo homicídio de Igor de Souza Afonso, morto durante a mesma operação que causou o assassinato de Juan. Em julho, o delegado titular da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, Ricardo Barbosa, responsável pela investigação do caso, informou que só a polícia atirou durante a operação da PM na favela Danon.
No dia da incursão da polícia à favela, em 20 de junho, Juan, o irmão dele, Wesley, de 14 anos, e o jovem Wanderson dos Santos de Assis, de 19, estiveram no meio dos tiros. Os dois jovens foram atingidos e correram para buscar socorro. Na volta, não encontraram Juan. O corpo do menino foi achado no Rio Botas, em Belford Roxo, município vizinho a Nova Iguaçu.
Fonte: Revista Veja 27/10/2011
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