domingo, 18 de julho de 2010

Napoleão não morreu envenenado

No início imaginava-se que Napoleão Bonaparte tivesse morrido envenenado por arsênio, no entanto pesquisadores da Universidade de Pavia, utilizaram um reator nuclear, onde as amostras foram colocadas; essa técnica é conhecida como ativação de neutrões e tem duas vantagens: Não destroi a amostra e fornece resultados precisos perante amostras com pouca massa, como é o caso dos cabelos humanos.

Afinal Napoleão não morreu envenenado com arsênio. A conclusão publicada pela revista ''II Nuovo Saggiatore '' pode ser derradeira sobre a controvérsia em torno da morte do imperador francês, que historiadores, cientistas e escritores julgaram assassinados por guardas britânicos durante a prisão na ilha de Santa Helena, depois da derrota em Waterloo. Segundo os investigadores responsáveis pelo estudo conduzido pelo Instituto Nacional Italiano de Física Nuclear (INFN), o nível de arsênio encontrado nas amostras de cabelo da altura não deixam de ser assustadores.
Os investigadores utilizaram o reator nuclear para testar o nível de arsênio em amostras de cabelo históricas, com mais de 200 anos, e em amostras contemporâneas cedidas por dez voluntários. Foram analisados amostras de diferentes períodos da vida de Napoleão, desde a sua infância na Córsega, ao exílio na Ilha de Elba e ao dia de sua morte, a 5 de maio de 1821.
Através da técnica nuclear, verificaram que todas as amostras continham vestígios de arsênio. Uma descoberta em contornos surpreendentes, dizem os investigadores, uma vez que o nível do elemento químico nas amostras do tempo de Napoleão era 100 vezes maior do que nas amostras recolhidas nos tempos de hoje.
Concluindo, o estudo mostrou, perante as análises das amostras de todas as etapas da vida de Napoleão, que sua morte não teria se tratado de envenenamento. Segundo os investigadores, antigamente as pessoas absorviam no ambiente quantidades de arsênio que hoje seriam consideradas perigosas.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Identificação da idade dos mortos através dos olhos

Na Dinamarca, pesquisadores desenvolveram um método que permite analisar através da lente dos olhos a data de nascimento de uma pessoa. Essa descoberta pode ajudar os cientistas forenses a determinar a data de nascimento de corpos não identificados.

A lente de nossos olhos é formada por proteínas transparentes, ligadas de forma particular e estreita que chegam a parecer cristais, são chamadas de cristalinos, através dos quais passa a luz e permite a visão. Essas proteínas se formam entre a idade de 1-2 anos e não sofrem alterações significativas, durante o resto da vida.

O carbono-14 é um isótopo radioativo presente na natureza onde se degrada em nitrogênio muito lentamente e de modo inofensivo para os seres vivos. O carbono é um dos principais elementos orgânicos entrando e saindo constantemente da cadeia alimentar, tal como acontece com a ínfima quantidade de C-14 existente na atmosfera.


Enquanto um organismo permanece na cadeia alimentar, a quantidade de C-14 nas suas células mantém-se constante, a nível ao conteúdo de C-14 da atmosfera. Porém quando o organismo morre, a quantidade de C-14 vai diminuindo lentamente por milhares de anos, enquanto se transforma em nitrogênio. Esta é a base do Carbono-14(radiocarbono) que os cientistas usam para datar achados biológicos ou arqueológicos de até 60.000 anos.

A quantidade de Carbono-14 duplicou desde o final da 2° Guerra Mundial devido as explosões nucleares realizadas pelas grandes potências, mais desde os anos 60 tem vindo a diminuir lentamente para níveis naturais. Esta curva repentina deixou a impressão na cadeia alimentar e também no cristalino do olhos, que absorveram o conteúdo acrescido de carbono através dos alimentos. Como os cristalinos não sofrem alterações por toda a vida, eles refletem o conteúdo de carbono-14 presente na atmosfera no momento em que se formam. Com base nisso um grande acelerador nuclear da Universidade de Aahrus permite determinar a quantidade de C-14 numa amostra tão ínfima como um miligrama de tecido lenticular, e dessa forma calcular o ano de nascimento.

Essa mesma técnica pode ter outras aplicações como analisar quais os tipos de tecidos que podem ser regenerados ou gerados...
Mais isso é assunto para outra postagem!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Fios de Cabelo


Os fios de cabelo estão sendo estudados pela Faculdade de Ciências da saúde, da Universidade da Beira Interior. Eugênia Galhardo dirige o projeto. O projeto prevê a detecção de drogas no corpo humano sem precisar de exames sanguíneos.É um projeto de doutoramento que pretende detectar drogas como opiáceos e canabinóides, entre outras através de amostras de cabelo. ''A medida que o cabelo cresce, é possível traçar um perfil de consumo'' explicou a Agência Lusa Mario Barroso, especialista na área de toxicologia forense da delegação sul (Lisboa) do INML (Instituto Nacional de Medicina Legal). ''É possível associar a presença de determinadas substâncias no cabelo ao consumo de drogas, e mediante o comprimento fazer a correspondência com um determinado período no tempo'', explicou. O cabelo cresce cerca de 1 cm por mês ''mas cada caso é um caso'', ressalvou Mário Barroso. ''Quanto mais comprido, mais cuidado é necessário na análise'', disse.
A colheita obedece a alguns critérios específicos, alguns ainda em estudo, como a necessidade de amostra do cabelo ter de ser recolhida em zonas onde o ''Cerscimento é mais homogêneo'', explicou. O projeto ''está no início'' e, por enquanto, a metodologia está apenas validada para consumo de cocaína. No final pretende ser aplicado a todos os tipos de drogas de abuso mais correntes, sejam opiáceos ou canabinóides.



Vantagens: '' O fato de não ser invasivo e facilidade de recolher a amostra que pode ser feita praticamente por qualquer pessoa'', frisou Eugênia Galhardo.

Manchas de Sangue

Crimes bárbaros infelizmente acontecem todos os dias. Muitos se impressionam, tanto no cinema como na vida real, quando vêem o sangue da vítima. Há quem até desmaie. Cenas de crime realizados com faca, arma de fogo e outras são muito traumatizantes. Mais o perito por mais estranho que possa parecer, está acostumado com isso, e é um dos seus objetivos na análise da cena do crime e achar evidência de sangue. E as técnicas de investigação com recursos científicos remontam ao século I, quando o romano Quintiliano descobriu que um homem assassinou a própria mãe depois de analisar vestígios de sangue nas mãos do culpado.
De lá pra cá os avanços no conhecimento científico deram suporte as investigações das mais diversas evidências.


Existem situações em que a mancha de sangue é evidente. Localiza-se, por exemplo, próximo ao corpo alvejado por um disparo de arma de fogo. Contudo, há casos em que a mancha não é explicita. Existe a possibilidade, também, de que o criminoso limpe a cena do crime.

Como o sangue permeia todo o nosso corpo, quando ocorrem avarias ele tende a sair. A forma como este sai depende de como a lesão foi produzida. Nas figuras abaixo, vou tentar explicar os tipos de manchas de sangue:



Analisando as manchas: da esquerda para a direta, a primeira mancha representa a forma gotejada, a segunda mancha está na forma transferida.
O estudo das manchas de sangue para fins forenses é feito pela serologia.
Na cena do crime nem sempre a mancha de sangue é perceptível. Alguem poderia, por exemplo, limpar o local, afim de encobrir o acontecido, porém para sorte nossa e dos peritos, o luminol reage com quantidades diminutas de sangue, sua luminosidade pode chegar aos impressionantes 1/1.000.000.000, mesmo em locais com azulejo, pisos cerâmicos ou de madeira, os quais tenham sido lavados. A eficássia do produto é tão grande que é possível a detecção de sangue mesmo que já tenham se passado seis anos da ocorrência do crime. A reação química produzida não afeta a cadeia de DNA, permitindo o reconhecimento dos criminosos ou da vítima. Por isso ele é recomendado para os lugares onde há suspeita de homicídio e superfícies que, aparentemente, não exibem manchas de sangue.


CHEMELLO,E. Química Virtual, janeiro (2007)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

IMPRESSÃO DIGITAL

Impressão digital é o desenho formado pelas papilas presentes na poupa dos dedos. As impressões digitais são únicas em cada indivíduo, até mesmo em gêmios univitelinos. Essa unicidade as fazem serem serem utilizadas como forma de identificação de pessoas à séculos.

As papilas são formadas durante a gestação e acompanham o indivíduo até a morte sem apresentar mudanças significativas.

Um pouco de história:
Os métodos de identificação humana foram evoluindo ao longo do tempo. Os babilônicos, por exemplo, já em 2000 a.C, usavam os padrões de impressões digitais em barro para acompanhar documentos a fim de prevenir falsificações. Os métodos de identificação evoluiram em todos os sentidos, visto que, em outras épocas, práticas como a marcação com ferro em brasa e mutilações, só pra citar algumas, eram usadas para identificação de indivíduos que praticassem crimes ou escrevos que haviam fugido. Nos EUA por exemplo o código de 1700 previa o emprego do ferrete e das mutilações em crime de rapro ou roubo. Chegou-se a fazer uso, posteriormente, do sistema antropométrico, introduzido em 1882 por Alfonse Bertillon, Paris, até a consagração da datiloscopia em meados do século XX.


Verifique qual é o tipo da sua digital







A tipografia das digitais são:






ARCOS: As linhas entram por um lado e saem por outro






PRESILHA INTERNA: Linhas curvas na zona central; presença de delta no lado direito da impressão digital






PRESILHA EXTERNA: Linhas curvas na zona central que saem do mesmo lado que entraram; presença de delta no lado esquerdo da impressão digital.






VERTICILOS: Linhas curvas na zona central, presença de dois deltas, um do lado direito e outro do lado esquerdo da impressão digital.

Balística

Na utilização de armas de fogo em episódios de crime, são produzidos vestígios de disparo, os quais são expelidos pela expansão gasosa oriunda da combustão da carga explosiva presente nos cartuchos que compõem a munição dessas armas. Tal expansão gasosa dá-se preferencialmente através da região anterior do cano da arma, orientada para a frente; porém uma parcela desse fluxo de massa gasosa é também expelida pela região posterior da arma, em recorrência da presença de orifícios da culatra (para revólveres) ou do extrator (no caso de pistolas).




Tal fluxo gasoso carrega em sua composição os gases oriundos da combustão (CO2 e SO2), bem como uma ampla gama de compostos inorgânicos, tais como nitrato, nitrito, cátions de metais como chumbo e antimônio e particulados metálicos oriundos do atrito e da subsequente fragmentação dos projétis metálicos disparados. Quando o fluxo gasoso emitido pela região traseira da arma atinge a superfície da mão do atirador, tais partículas sólidas aderem a superfície da pele. Um teste comumente utilizado para a detecção de vestígios de disparo de arma de fogo das mãos de um possível suspeito consiste na pesquisa de ions ou fragmentos metálicos de chumbo, em decorrência da maior quantidade desta espécie metálica em relação as outras. O chumbo presente nos vestígios de disparo pode ser proveniente do agente detonador da espoleta, na qual encontra-se presente na forma de trinitroresorcinato de chumbo da carga de espoleteamento na forma de estifinato de chumbo; bem como pode ser gerado pelo atritamento do corpo dos projéteis de chumbo com as paredes internas do cano da arma. A análise química de chumbo consiste na coleta prévia de amostra das mãos do suspeito mediante aplicação de tiras de fita adesiva do tipo esparadrapo nas mesmas e subsequente imobilização dessas tiras em superfície de papel de filtro. As referidas tiras, ao serem borrifadas com solução acidificada de rodizonato de sódio, se apresentarem um espalhamento de pontos avermelhados, indicam resultado positivo para o disparo. Tal exame é reconhecido como residuográfico.
A reação química envolvida no processo consiste na complexação de íons chumbo pelos íons rodizonato.


O complexo resultante apresenta coloração avermelhada intensa, diferentemente da solução inicial de rodizonato de sódio, a qual apresenta-se amarelada, nas concentrações utilizadas pelos laboratórios de Quimica Forense. Conforme o presente texto conclui-se que as reações químicas e as técnicas espectroscópicas constituem importantes ferramentas utilizadas no campo das ciências na elucidação de crimes.





Entomologia Forense

A entomologia é a ciência que estuda os insetos, artrópodes e tem aplicação em processos criminais. É associada a investigação de mortes, determinando o tempo e o local dos incidentes. Procura-se observar o tipo de inseto e o estágio do seu desenvolvimento, eles é que irão determinar essas variáveis de lugar e tempo.

A entomologia possui subcategorias:

Entomologia Forense Urbana: Diz respeito a infestação de pestes em construções ou jardins que podem ser base de litígio entre particulares e prestadores de serviço. Os estudos podem elucidar o tratamanto pesticida apropriado e também pode determinar infestações em produtos armazenados, ajudando a determinar a cadeia de custódia, até que todos os pontos da possível infestação sejam examinados para determinar quem é o culpado.

Entomologia Médico-legal: Estuda evidências susceptíveis baseada em estudos de artrópodes em eventos como assassinato, estupro, suicídio, abuso físico e contrabando. Em investigações de assassinato lida com que insetos depositem ovos quando e onde e em que ordem aparecem nos cadávers. Dito isso pode ajudar o intervalo post mortem(IPM) e local da morte em questão. Existem insetos que só existem em determinado local e outros em determinada parte do dia ou em determinada estação do ano, sua presença associada a outras evidências pode indicar o tempo e o lugar do evento.


Alguns insetos importantes na Entomologia:
MOSCAS (ordem diptera)

ESCARAVELHOS (coleoptera)

ÁCAROS (ordem acari)






baseado na Wikipédia.